LIVRO SELADO DE MOISÉS

CAPÍTULO 3

1-10

1 Aconteceu então, que Moisés foi arrebatado a uma montanha sumamente alta e chegou até o Monte Sião, na Jerusalém Celestial1 e obtendo conhecimento de todas as coisas que ocorreram desde o princípio, passou a registar o que viu e ouviu no Livro Selado que foi encontrado por Hilquias, juntamente com o Livro da Lei nos dias de Josias, rei de Judá, o qual Leí trouxe para esta terra além mar a fim de preservar seu registro para as futuras gerações de sacerdotes da Santa Ordem do Filho de Deus na parte final da plenitude dos tempos2 . (1) Moisés 1:1; Hebreus 12:20-23 | (2) Moisés 1:40-42; 1 Néfi 19:23; 2 Reis 22:8-20

 

 

2 Se deu, então, que Moisés passou a estar em uma 10 MOISÉS 3:3 grande reunião universal, na qual Aijá, o anjo cujo nome significa “irmão de Jeová”, líder maior que cobria em sua expansão a classe dos querubins ungidos; comandante-chefe das pedras flamejantes, até o dia em que ele foi deposto de seu ofício e a supervisão das visitas celestiais aos filhos do homem fora entregue ao anjo Gabriel; que os comandou pelas demais gerações de Israel quando andavam pelo circuito dos céus, quais carruagens de fogo que visitavam os profetas de Deus1 . Aijá, cheio de sabedoria e procedente da casta mais elevada da Ordem da Estrela d´Alva, teve pleno acesso ao Monte Sião, até o dia em que subverteu o antigo pacto e acusou veementemente o Grande Jeová de usurpar os direitos do livre arbítrio em todos os seres por ele criado na vasta amplidão do universo, porquanto ele próprio tem procurado destruir o arbítrio do homem. (1) Daniel 8:16; 9:21; Lucas 1:19: Jó 22:14; Ezequiel 28:13-17; 2 Reis 2:11-12; 6:15-17

 

 

3 E por haver se enfunado de orgulho e vaidade assumiu ares de grandeza e veio a profanar sua própria sabedoria, supondo, em seu coração, que ele seria aceito por Deus no mais alto e imaculado berço da criação, depois de despertar a apreciação de uma vasta multidão de seguidores, primeiro daqueles a quem ele desviou nos céus e agora na Terra e por isso, ansiava por voltar ao Santo Monte de reunião e tomar seu lugar entre o conselho dos céus, que estão acima dos santos anjos, à semelhança de Deus1 , mas abaixo do soberano Senhor, o Todo-Poderoso, que não pode anular o decreto estabelecido por Ele nos céus, de que os MOISÉS 3:6 11 domínios da Terra estariam em sujeição ao seu filho Aijá, quando então, antes mesmo da fundação do mundo, foi-lhe dado os domínios do Reino da humanidade e, com isso, veio a estar no Éden, o jardim de Deus2 . (1) Isaías 14:13-14 | (2) Ezequiel 28:13

 

 

4 E o homem fora criado à imagem de Deus, refletindo em si os atributos divinos, a saber: amor, sabedoria, potencial criativo e justiça e, também, fora criado segundo a sua semelhança, obtendo assim as características similares à imagem de seu Criador, vindo a ser uma criatura imortal, porquanto lhe estavam sujeitas todas as criaturas que se movem no céu, na terra e no mar, mas lhes havia sido ordenado que fecundassem e enchessem a terra e expandissem os limites do Éden.

 

 

5 Se deu, contudo, que Aijá, ao procurar fazer o que era mau perante Deus, foi expulso do mais alto e imaculado berço dos céus1 . Sim, do Santo Monte de Deus, a Sião Celestial2 . Entretanto, ainda não havia sido expulso dos domínios celestiais, porquanto, periodicamente, se fazia presente nas reuniões universais, a fim de apresentar um relatório de sua administração no que diz respeito a este mundo que a seu domínio estava submetido3 . (1) Moisés 4:3 | (2) Isaías 14:12 | (3) Jó 1:6-12; 2:1-6

 

 

6 Por conseguinte, se deu nos primórdios da história humana na Terra, que, após haver caído de sua posição elevada nos céus, tornou-se miserável ante os filhos de Deus e com isso, propôs a si mesmo sujeitar toda a humanidade a não poder usufruir plenamente de seus arbítrios e assim, condená-los a mesma miséria e decadência que fora condenado.

 

 

7 Portanto, aquela velha serpente passou a enganar seus irmãos que viviam com ele nos céus e, tão logo, tornou-se em um opositor ao plano de Deus em relação a este mundo. Aconteceu então, que passou a enganar o primeiro casal humano, ainda no Éden, o paraíso de Deus, vindo a tornar-se o pai de toda a mentira e assim, foi chamado diabo.

 

 

8 Se deu, então, depois de Adão e Eva haverem sucumbido às artimanhas do diabo, que Deus passou a amaldiçoá-los, pois antes disso viviam em um nível mais elevado no plano espiritual. Embora foram feitos do pó da terra; no Éden, eram revestidos de espírito e por isso eram imortais, mas assim que pecaram, Deus os revestiu de pele mortal1 , portanto, foram amaldiçoados a sofrer com as intempéries do tempo, dor, suor e todo tipo de mazelas que estão sujeitas a carne mortal. (1) Moisés 3:8-9; 4:27

 

 

9 Entretanto, o Pai de ternas misericórdias providenciou um meio de resgate pelo qual os filhos de Adão pudessem voltar à sua glória inicial e tivessem, novamente, a plena comunhão com Deus, assim como tinham lá no princípio — Sendo esta providência o próprio Sacerdócio de Deus que é segundo a Santa Ordem de Seu Filho, sendo, portanto, chamado, no início de todos os tempos, de Sacerdócio do Filho de Deus.

 

 

10 Portanto, o evangelho tornou-se o caminho para todos retornarem a Deus, as escrituras dos santos profetas são a barra de ferro estendida ao longo dessa trajetória que se entrelaça em uma densa névoa de escuridão, sendo o sacerdócio o guia seguro para iluminar o caminho na noite mais escura e nos manter no caminho certo até chegarmos a árvore da vida, que está no paraíso de Deus, além dos limites dessa existência mortal, cujos frutos correspondem a plena felicidade de alcançar a recompensa da vida eterna.